quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Correndo atrás de uma cerveja gelada



Por: Gigi Vilela @gigivilela

Vai uma cervejinha para hidratar?
Ta vendo esses pontinhos amarelos? Somos nós.
Escutei essa ha alguns anos, depois de uma das provas mais duras que fiz nos últimos tempos, o Haka Race ( corrida de aventura). Foram mais de 10 horas de prova em São Bento Sapucaí. Quem conhece a região, vai entender o drama. Fora que corrida de aventura não tem posto de água, banheiro, roupa limpinha, nada! É lama, sol na cabeça e reza brava para não se perder tanto nas montanhas. Largamos as 7 da manhã e o que sobrou de mim, cruzou a linha de chegada às 17:30!

Cara de feliz depois da cerveja!
Por um momento achei que o cansaço estava me fazendo ver coisas, mas não. Junto dos energéticos, gatorades e afins, tinha uma barraca verde, a única com fila. Era ela, a cerveja. Mais precisamente um chope geladérrimo. Não tive dúvidas, abracei a ideia e um belo copo de cerveja. Acreditem se quiser, foi o maior alívio do mundo. Desde então fiquei com aquela coisa na cabeça e resolvi pesquisar.

Encontrei na internet várias agências de notícias alardeando um curioso estudo de 2007 do Professor Manuel Garzon da Universidade de Granada na Espanha alegando que a cerveja teria um efeito um pouco de hidratação após o exercício do que a água. Pareceu bastante convincente, uma vez que o professor Garzon é um cientista e algumas fontes de notícias respeitados publicaram a história.

O problema é que no site da Universidade de Granada, procurando na lista de publicações científicas do Professor Garzon , não é possível encontrar o tal estudo e para piorar, o Professor Garzon, nega que a cerveja tenha um efeito de hidratação melhor do que água.

"No que diz respeito a informação que você cita, foi tomado errado pelos jornalistas", respondeu o professor em um email em que perguntei sobre o artigo. E pelo jeito, ele atende pelo nome de Professor Manuel Castillo, não Garzon. "O que descobri foi que a hidratação com cerveja com um nível de álcool de 4-5% em uma quantidade moderada, de 660 ml, não é melhor, nem pior do que a hidratação com água."

Além disso, o professor Castillo citou um artigo anterior publicado no Journal of Applied Physiology pela SM Shirreffs e RJ Maughan, da Universidade de Aberdeen Medical School, no Reino Unido, em 1997. Descobriram bebidas contendo 2% ou menos de álcool não tiveram nenhum efeito diurético na recuperação, enquanto houve um pequeno efeito negativo na recuperação diurética com bebidas contendo 4% de álcool.

Deduzi então, que parece não haver uma diferença significativa entre as duas bebidas ( água e cerveja), se ingeridas em pouca quantidade, após a corrida , e pode haver um ligeiro efeito negativo com a re-hidratação com cerveja.

Agora, a minha própria teoria do efeito positivo da bebida é de que o álcool da cerveja tende a entorpecer a dor pós-corrida, por isso se sente melhor quem bebe cerveja. Talvez a recompensa mental de uma cerveja depois de uma corrida longa e difícil torne a experiência geral mais agradável, fazendo você querer repetir a dose, neste caso, as doses, da cerveja e da corrida. Então cerveja poderia ser, de fato, um aliado.

Carly e sua cervejinha!

Além do mais, não estamos sós nessa. Conhece Carly Johann. Se prepare para conhecer uma linda triatleta apaixonada por cerveja!

Meu veredicto, já que nenhum artigo foi totalmente conclusivo, é que vale a pena se dar ao luxo de uma cerveja depois da corrida, afinal brindar com um copo de cerveja geladinha é bem mais legal do que com água!

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