Operação Portuga

Por: Gigi Vilela @gigivilela

Se você corre ou é apaixonado por esportes e nunca leu "Operação Portuga", corra, corra mesmo, para uma livraria e compre o seu. Desmarque o treino do dia seguinte, dificilmente você vai conseguir dormir antes de acabar. Se bem, que, depois de conhecer a história real destes cinco homens em busca do tempo de um, Amilcar Lopes, o Portuga, você vai rir e se emocionar, e é capaz de sair para treinar sem dormir mesmo. O livro, bem escrito e de fácil leitura narra a luta destes amigos em busca de fazer uma maratona não apenas sub3 ( menos de 3 horas), mas abaixo do tempo do competitivo e provocador, Portuga. 2:43:50.

Abaixo, parte do relato de Lelo Apovian, para ler o texto completo, clique aqui

Amilcar e Lelo.

Comecei a esquiar aos 9 anos com minha família. Fomos para a Itália. Gostamos bastante e virou programa familiar. Todos os anos voávamos para alguma estação nevada. Numa destas vezes participei do Campeonato Brasileiro de Ski. Fiquei em terceiro na categoria amador, mas o mais importante foi que gostei da sensação. Através de um homem pioneiro nos esportes de montanha no Brasil, Domingos Giobbi, me tornei um esquiador profissional num país sem neve. Fui um dos “abre alas” para o esporte no Brasil. Resumindo, fui três vezes campeão brasileiro de ski, vice-campeão brasileiro de snowboard, além de ter participado de quatro Mundiais e duas Olimpíadas de Inverno.
Comecei a correr para me preparar para as temporadas de ski, buscando um melhor condicionamento para a altitude das montanhas. No início de 1997 fui buscar ajuda de uma das únicas assessorias esportivas da época, a MPR. Queria estar forte para a minha última Olimpíada de Inverno que seria em fevereiro de 1998, em Nagano (Japão). Estava curtindo a rotina de treinos no Ibirapuera e na USP. No final deste ano comprei minha primeira bicicleta de triathlon. Em Nagano tive a melhor colocação até então de um brasileiro na história dos Jogos Olímpicos de Inverno, 36^o colocado. 

Até que aconteceu o acidente que me deixou quase sem andar. (para ler todo o relato sobre o acidente, clique aqui)

Foram três anos e nove meses de tratamento, cinco cirurgias, mais de 30 pinos e muita dor. No mesmo ano de 2003 fiz meu primeiro ½ Ironman em Pirassununga, no interior de São Paulo, em 4h56m. Quase morri! Em 2004 fiz minha primeira maratona em Berlim, com 2h46m. Em 2005 corri minha primeira prova de 10 km para 35 minutos. Ganhei algumas provas de Duathlon. Todo ano vou esquiar pelo menos durante uma semana.

Em 2007, em Chicago, tentei bater 2h50m e acabei saindo no km 25 por exagerar no ritmos do começo da prova. Em 2009 na maratona de Berlim bati o recorde do Portuga, caso que acabou se tornando um livro, “Operação Portuga”, e me tornando o atleta amador mais rápido do Brasil, com o tempo de 2h37m58s.

Tenho que agradecer ao meu pai, que sempre esteve muito próximo e também por ter tido condições financeiras de pagar um tratamento tão longo e com tantas variáveis. Minha mãe, pelas massagens. Minha namorada, pela paciência. A todos os médicos, que foram éticos e me curaram e a Deus por ter me ajudado com os bons pensamentos ao longo de todo o tratamento.

A vida é uma só e não vou deixar de fazer as coisas que amo. Aproveite você também.